quarta-feira, 11 de abril de 2012

A Leitura em Contexto Escolar

No texto em questão, Ezequiel Theodoro da Silva discute sobre a leitura dentro da sala de aula se propondo a responder três questões básicas: Por que e para que ensinar leitura? O que ensinar na vertente curricular da leitura? Como ensinar leitura?
Com esses questionamentos Silva (1988) expõe a maneira sobre como a leitura pode ser ensinada nas escolas e ressalta que a escola deve fazer uma observação crítica do que ocorre em sociedade sendo de fundamental importância para um trabalho de delineamento de objetivos para as práticas de leitura, formando assim, leitores críticos, conscientes e criativos mas para isso é preciso verificar as suas implicações no que diz respeito aos conteúdos e as metodologias de leitura.
A finalidade básica estabelecida para as práticas de leitura é ler para compreender os textos, participando criticamente da dinâmica do mundo da escrita e posicionando-se frente 
a realidade.
Para Marisa Lajolo (1982ab,p.59), "Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista."
Ainda segundo Silva (1988) o texto é de fundamental importância e sua seleção exige cuidados por parte dos professores, já que em nossa sociedade eles e a escola dão a idéia de verdade absoluta, ou seja, para a sociedade os professores são dotados de uma sabedoria superior eles sempre sabem de tudo.
Conforme Geraldi (1999), "Na leitura, o diálogo do aluno é com o texto. O professor, mera testemunha desse diálogo, é também leitor e sua leitura é uma das leituras possíveis."
Enfim, para obtermos êxito nas aulas de leitura é preciso reavaliar todos os processos, pois o que está acontecendo é que a leitura nas escolas está sendo praticada para extrair do texto uma informação para responder a questões formuladas, ou seja, é simplesmente uma simulação de leitura.

3 comentários:

  1. Olá Daniel

    Bastante pertinente as colocações dos autores sobre as práticas de leitura na escola. Ler para "fichar" um livro, responder questões e depois fazer a "prova do livro" é mesmo uma simulação de leitura, como assinala Geraldi, citado em seu texto. A leitura na escola precisa remeter ao prazer da leitura, à fruição e às viagens através das imagens e das idéias do autor. Sá assim nossas crianças poderão desenvolver o hábito de leitura que levarão para toda a vida. Recomendo a leitura da reportagem de capa do Caderno "Sabático" do Jornal "O Estado de São Paulo" de 31 de março de 2012 , p.S3. A reportagem discorre sobre os programas do MEC em parceria com as Secretarias de Educação de distribuição de livros para 148 mil escolas públicas. O problema está em como utilizar todo este acervo - um dos trechos deixa bem claro essa posição. A autora, Maria Fernanda Rodrigues coloca: " Mas, só o esforço do governo, das editoras e dos autores não garante que o brasileiro seguirá lendo quando acabar os estudos. (...) Que escola é essa que não consegue criar leitores para a vida inteira e fazer o sujeito sentir que a leitura e a biblioteca são coisas dele?" Penso que nosso papel é justamente este, levar as equipes escolares a fazer uso adequado das bibliotecas e salas de leitura de nossas escolas e, digo mais, otimizar os espaços e tempos escolares para atividades permanentes de leitura prazerosa.

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  2. Olá, Daniel. Vou postar aqui o meu depoimento de leitura, pois não consegui de outra forma.

    Sei que a leitura de mundo precede a do livro, por isso digo que o meu contato com os livros e, não com a leitura, começou tarde. Infelizmente não nasci em uma família leitora e os livros que existiam na minha infância eram só os escolares e a escola, aos 7 anos, me encantou quando percebi todas as possibilidades dessa nova realidade. Lá supri todas as minhas necessidades de ficção e de fantasia. Os livros coloridos (que hoje as crianças têm acesso logo cedo, muitas vezes logo que nascem) eram trazidos pela professora e, literalmente, provocavam festa.

    Tive, então, amor pelos livros infantis e consequentemente aprendi a gostar de todas as possibilidades de leitura, elegendo minha profissão que a valoriza e trabalha com as estratégias de acordo com cada gênero textual.

    Os livros que li na adolescência (fase escolar) que me maravilharam foram “Feliz Ano Velho” e “No verão, a primavera”. Li e reli em várias fases de minha vida e sempre com novas reflexões.

    Hoje, leio de tudo e não consigo entender quem diz que não gosta de ler. Como? Se a leitura faz parte da nossa vida, é a base de tudo? Como alguém pode dizer que nunca leu um livro inteiro? Essas pessoas estão perdendo as possibilidades de ficção, fantasia e conhecimento, pior, estão deixando de exercer o seu direito à literatura (patrimônio cultural da humanidade).

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  3. Aprendemos a ler à medida que vivemos. Realizamos as mais variadas leituras nos mais diversos âmbitos diários de nossas vidas. Segundo Marisa Lajolo, 1983, no livro Do mundo da leitura para a leitura do mundo - " Há várias leituras feitas nas escolas e outras feitas nas escolas da vida, independentemente da aprendizagem formal que se perfaz na interação cotidiana com o mundo das coisas e dos outros..."

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